É deprimente assistir pelo Youtube a cultos onde as pessoas são tomadas de êxtase, girando de um lado pro outro, em gestos e expressões corporais muito parecidos com os encontrados no candomblé.
Por que razão o Espírito Santo, meigo do jeito que é, levaria pessoas a se contorcerem no chão, ou a descaracterizarem suas fisionomias?
O Apóstolo Paulo afirma que as manifestações do Espírito são para aquilo que for útil (1 Co.12:7). Então, que utilidade tem derrubar as pessoas? Que utilidade tem ficar rodopiando pelo salão da igreja?
Recuso-me a crer que tais bizarrices sejam provocadas pelo Espírito de Deus.
Você imaginaria os discípulos de Jesus fazendo tais coisas? Ou mesmo Jesus, o Filho de Deus, com Sua face desfigurada, falando em línguas aos berros?
Tais manifestações devem ser atribuídas à infantilidade de alguns crentes. Não duvido de sua sinceridade, nem mesmo ponho em xeque sua experiência com Deus. Porém, a maneira como extravasam suas experiências se deve mais ao condicionamento adquirido em suas congregações.
Se numa determinada igreja, as pessoas possuem manias excêntricas de expressar o gozo do Espírito, um novo crente acabará assimilando os seus trejeitos.
Há também uma pitada generosa de exibicionismo. Em certas comunidades, a espiritualidade é aferida pelo volume do grito, ou pela habilidade em sapatear de olhos fechados. Isso acaba produzindo gente doente, que no afã de chamar atenção, é capaz de qualquer coisa, por mais ridícula que seja.
E o pior é o escândalo que isso pode provocar na comunidade.
Paulo diz que nosso culto a Deus deve ser racional (Rm.12:1), e que devemos deixar de lado as coisas de menino (1 Co.13:11).
Em vez de pular, rodopiar, fazer caras e bicos, que tal nos prostrar diante do Senhor e adorá-lO em espírito e em verdade?
Ademais, Jesus disse que o Espírito Santo não chamaria a atenção para Si mesmo, mas para Cristo (Jo.16:13-14). Ele é como um holofote sobre Jesus, e não Alguém que queria ser o centro das atenções. Por isso, Ele costuma ser tão discreto.
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